19 de junho, 2015


 
“Abordar o tema Santificados em Cristo em Fátima e tomando a mensagem de Fátima como ponto de partida tem necessariamente consequências para o próprio aprofundamento da mensagem fatimita como apelo à santidade, como caminho concreto como escola de santidade no exemplo de vida dos seus protagonistas”.

A declaração é do Reitor do Santuário de Fátima, proferida esta manhã na sessão de abertura do simpósio teológico-pastoral “Santificados em Cristo”, que decorre até ao próximo domingo, no Centro Pastoral de Paulo VI.

O itinerário proposto para esta iniciativa do Santuário de Fátima “desafia a descobrir formas novas de pensar a santidade”, acrescenta o padre Carlos Cabecinhas.  
“A identificação desta temática leva-nos, por um lado, a refletir sobre a santidade de Deus, o único, o único que é verdadeiramente Santo e fonte de toda a santidade, como núcleo teológico. Porque Deus nos faz participantes dessa santidade, este simpósio pretende refleti-la como dom de Deus, como resposta humana e como caminho para a transformação do mundo”, referiu o reitor.


Nas palavras do Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, na mesma sessão inaugural, a experiência mística da beleza do amor de Deus nos Pastorinhos de Fátima, logo a partir das aparições do Anjo, em 1916, fê-los “viver a partir de Deus e do seu amor na simplicidade e na alegria e esta é a ótica da graça que nos leva a afirmar que o outro nome da santidade é a beleza espiritual, beleza do coração transfigurado”.


Em Fátima, sublinhou D. António Marto, o apelo “forte e fortemente repetido” à conversão, à penitência e à oração é, “antes de mais, um chamamento à santidade num duplo aspeto: à conversão teologal, a voltar-se para Deus e abrir o coração ao seu amor; e também à purificação do coração, à mudança de atitudes percorrendo um processo de penitência, em suma, à santidade de vida”.


A santidade, concluiu, “não está reservada a poucos eleitos ou a certas elites em ambientes protegidos, é proposta a todos e está presente no mundo até nas mais impensáveis situações”.


O simpósio que decorre até domingo assenta assim numa perspetiva de discernimento sobre o sentido daquilo que é santidade enquanto dom de Deus e enquanto busca e concretização humana.


“A santidade nunca é algo que se conquiste por mérito próprio ou como mero resultado dos nossos esforços, é fruto do amor gratuito de Deus, dom da graça que capacita alguém a encontrar nas circunstâncias da vida, caminhos de fidelidade e radicalidade no amor a Deus”, referiu José Eduardo Borges de Pinho, que preside à Comissão Organizadora do simpósio teológico-pastoral.


Quando acontece a santidade? No discurso inaugural do simpósio, José Eduardo Borges de Pinho explica que a santidade “só pode acontecer também como resposta humana que cada pessoa é chamada a dar”.
 
Ser santificado em Cristo, explica o teólogo, é “realizar a vida no seguimento de Jesus e do seu Evangelho como caminho e horizonte de plena realização humana, o que só pode acontecer em comunhão com os outros, ajudados por eles, iluminados pelo seu testemunho, superando com o apoio dos outros os sinais contraditórios de mal e pecado que encontramos e atravessam as nossas vidas”.
 
L.S.


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