08 de janeiro, 2018
XI Encontro de Reitores dos Santuários decorre no Santuário de FátimaCasa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo acolhe 20 reitores para encontro formativoA Casa de Retiros de Nossa Senhora do Carmo, no Santuário de Fátima, acolhe o XI Encontro de Reitores dos Santuários. O encontro conta com a presença de 20 reitores e teve inicio esta tarde e decorre até amanhã. O reitor do Santuário de Fátima, na palestra que iniciou os trabalhos falou das várias propostas de oração nos santuários: “o que define um santuário são as celebrações, e essas celebrações não esgotam um santuário”. “A oração pessoal é condição para a participação plena, ativa, consciente e piedosa na Liturgia”, lembrou e disse que “oração pessoal deve ser um estímulo constante na vida de todo o cristão que queira participar plena, ativa, consciente e piedosamente na Liturgia, bem como de todo o cristão que queira viver o serviço aos irmãos”. “A oração pessoal é uma importante forma de oração que encontrará continuidade e harmonia na oração comunitária e na oração litúrgica. Ao mesmo tempo, uma correta participação na Liturgia contribuirá para enriquecer a vida espiritual de todos os fiéis”. O Pe. Carlos falou dos “Exercícios de piedade” e “devoções” enquanto elementos integrantes da “piedade popular”. “Ora, uma parte muito significativa das formas de oração, nos santuários, é constituída por exercícios de piedade”, afirmou e explicou que “podemos rezar em toda a parte e em qualquer lugar; porém, é importante cuidar do lugar para a oração, se a quisermos realmente valorizar”. “Se os santuários são já «lugares excecionais» para a oração, se quisermos que sejam «escolas de oração» têm também de se adequar à oração, quer comunitária, quer pessoal”. Outro elemento fundamental que o reitor pretendeu destacar foi “o silêncio”. “Vivemos num mundo acelerado e ruidoso. Vivemos tão envolvidos em ruídos, que quase já nem sabermos viver sem alguém a dizer não importa o quê, sem um rádio a tocar, ou sem uma televisão ligada. A visita aos santuários deveria ser um convite ao silêncio, porque não há oração onde não há silêncio. E aqui reside uma das nossas maiores dificuldades, hoje. Tem-se vindo a perder a capacidade de fazer silêncio e já se perdeu a perceção dos espaços sagrados e das atitudes a assumir em tais lugares”. O Pe. Carlos Cabecinhas explicou que “a mensagem própria de um santuário e a sua especificidade condicionam necessariamente toda a pastoral desenvolvida pelo santuário, também a nível da oração e da celebração”. “Não pode ser indiferente ou neutra a celebração da fé ou a oração que se faz no santuário, como se tivesse lugar em qualquer outro lugar. Há uma riqueza própria do lugar, um “carisma” de cada santuário, que tem que ver com a mensagem, com o acontecimento que lhe está na origem, com a invocação a que está consagrado... E isto tem que necessariamente marcar e enriquecer toda a ação que nele se desenvolve”, disse ainda. Tomando como exemplo a espiritualidade vivida no Santuário de Fátima, o reitor chamou atenção para o “silêncio” que é possível presenciar em Fátima no dia-a-dia mas também nas grandes peregrinações e “que faz do Santuário de Fátima um lugar especial”. “Lugar de silêncio, Fátima é também lugar de oração, de forte experiência de Deus”, e é visivel no rosário, uma oração que “faz parte do âmago da mensagem de Fátima, como convite a uma forte experiência de Deus”. “O que encontramos no testemunho dos videntes de Fátima é precisamente esta forte experiência de encontro com Deus, capaz de transformar a vida. É isso que continua a acontecer em Fátima e por intermédio da sua mensagem. É isso que muitos peregrinos experimentam no Santuário: a oportunidade e o desafio à oração como encontro e diálogo com Deus”. Este encontro de caracter formativo, nas edições anteriores contabilizou quase 100 responsáveis por santuários. A Associação dos Reitores dos Santuários de Portugal (ARSP), é uma resposta aos desafios lançados pelo documento do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes publicado em 8 de Maio de 1999. A Associação pretende ser um canal de trabalho em rede, querendo contribuir para uma maior eficácia na divulgação dos santuários.
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