03 de março, 2018

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“Cada um de nós é único e valioso aos olhos de Deus e por isso também aos olhos da Mãe de Jesus”, disse o Pe. Carlos Cabecinhas

Santuário acolheu primeira Peregrinação Nacional de Pessoas com Doenças Raras

 

O Santuário de Fátima acolheu este sábado a Primeira Peregrinação Nacional de Pessoas com Doenças Raras, que começou com um acolhimento na Basílica da Santíssima Trindade; seguiu-se a Missa e, depois às 14h00, uma meditação já na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.

Na Eucaristia, o reitor do Santuário de Fátima referiu-se ao significado desta Peregrinação que pretende sublinhar que cada um destes doentes “é único e, por isso, valioso aos olhos de Deus”.

“Na nossa sociedade aqueles que têm voz são muitas vezes os que têm capacidade de se fazer ouvir porque existem em grande número. Mas há outros que têm muita dificuldade” salientou o Pe. Carlos Cabecinhas.

“Os portadores de doenças raras veem-se muitas vezes ignorados nos seus problemas e nas suas dificuldades e esta Peregrinação pretende mostrar que cada um de vós é único e por isso valioso aos olhos de Deus. Vós sois únicos perante os olhos de Deus e , por isso, sois `únicos no olhar da Mãe de Jesus´”, frisou o reitor do Santuário de Fátima, recordando o tema desta peregrinação.

A Peregrinação Nacional de Pessoas com Doenças Raras é uma resposta a uma interpelação feita pela DRAVET, uma associação de doentes com esta síndrome, e que posteriormente foi sendo trabalhada com as duas federações - a FEDRA e a Aliança Portuguesa de Associações de Doenças Raras, para dinamizar este evento.

O acolhimento e acompanhamento deste tipo de Peregrinações é uma linha de ação pastoral que o Santuário quer desenvolver, como lugar materno de convergência de tanto sofrimentos, alguns muito novos.

O Dia das Doenças Raras foi assinalado na quarta-feira.

Em Portugal, existem cerca de 800 mil portadores de doenças raras e estima-se que várias centenas de doentes estejam ainda por diagnosticar.

Existem mais de 6 mil doenças raras, cerca de 30 milhões de pessoas vivem com uma doença rara na Europa e 300 milhões em todo o mundo.

Cerca de 80% das doenças raras têm origem genética identificada. As restantes resultam de infeções (bacterianas ou virais) e alergias ou devem-se a causas degenerativas.

 

`Devoção dos primeiros sábados´

 

A Peregrinação Nacional de Pessoas com Doenças Raras realizou-se no dia da celebração da “Devoção dos primeiros sábados” na Cova da Iria, cujo o programa o Santuário transmite em direto na página on line- www.fatima.pt-  através do canal youtube.

O programa celebrativo inclui três momentos: a Missa, celebrada às 11h00 na Basílica da Santíssima Trindade; a hora de reparação ao Imaculado Coração de Maria  com recitação do Rosário e 15 minutos de companhia a Nossa Senhora, às 14h00, na Capelinha das Aparições; e a meditação e adoração eucarística, na Basílica da Santíssima Trindade, entre as 15h00 e as 16h00.

Este sábado participaram na Eucaristia na Basílica da Santíssima Trindade cerca de 20 grupos organizados, oriundos de várias paróquias de Portugal e do Movimento da Mensagem de Fátima.

Na homilia da celebração, o reitor sublinhou o significado bíblico do coração que “é muito mais que o centro do afeto. É também a interioridade da pessoa, incluindo a memória, a vontade e a inteligência”. Daí que “tal como as nossas impressões digitais ou a nossa retina são únicas, também o coração é único e irrepetível, revelando a nossa interioridade aos olhos de Deus”.

O Pe. Carlos Cabecinhas aproveitou a homilia para explicitar o sentido da devoção ao Coração Imaculado de Maria em Fátima, que é assinalada no primeiro sábado de cada mês.

Esta devoção, que aponta para uma experiência de oração consoladora e reparadora do Coração Imaculado de Maria, foi anunciada por Nossa Senhora aos Pastorinhos, na Aparição de 13 de julho de 1917, e mais tarde confiada à vidente Lúcia, em Tuy e Pontevedra, Espanha, na Aparição de 10 de dezembro de 1925, estando descrita nas “Memórias da Irmã Lúcia”.

“Em seguida, disse a SS. Virgem: ‘Olha, minha filha, o Meu Coração cercado de espinhos que os homens ingratos a todos os momentos Me cravam, com blasfémias e ingratidões. Tu, ao menos, vê de Me consolar e diz que todos aqueles que durante 5 meses, ao 1.° sábado, se confessarem, recebendo a Sagrada Comunhão, rezarem um Terço e Me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário, com o fim de Me desagravar, Eu prometo assistir-lhes, na hora da morte, com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas.’”

No insistente pedido de reparação no acontecimento de Fátima, a devoção dos primeiros sábados surge como um meio para alcançá-la, pelo que uma das condições para o cumprimento desta devoção é a prática do sacramento da Reconciliação.

“Foi por meio do Coração Imaculado que os Santos Francisco e Jacinta Marto se descobriram únicos aos olhos de Deus e aos olhos da Mãe de Jesus”, concluiu o reitor.

Esta devoção foi aprovada pelo Bispo de Leiria a 13 de Setembro de 1939, em Fátima.

 

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